quinta-feira, julho 30

[MP3] PralÁfricaminha


Além de serem oficialmente a banda cujo nome mais dificulta uma pesquisa de torrents, os The Very Best são também Esau Mwamwaya, cantor do Malawi, e Radioclit, DJ e produtor britânico, que no fim do ano passado lançaram a mixtape Esau Mwamwaya and Radioclit are The Very Best e se preparam para lançar em breve, o primeiro álbum propriamente dito, The Warm Heart of Africa. São outras coisas ainda, mais subjectivas, que só a música que fazem pode explicar.

Esta parceria insuspeita resulta num espantoso e revigorante exercício de cruzamento de influências, um autêntico gender bender onde pontificam as síncopes e melodias africanas de Esau e as batidas hip-hop e a electrónica deliciosamente lo-fi de RadioClit. Totalmente despretensioso, festivo e desenjoativo: um sorriso desde os 00:00 até ao fim.

Depois de versões da "Birthday" dos Beatles - em colaboração com os Ruby Suns - e de "Boyz" de M.I.A., chega agora "The Warm Heart of Africa", primeiro avanço do que será o álbum, em parceria - aqui já menos suspeita - com Ezra Koenig, dos Vampire Weekend.

Os The Very Best são mais um passo na tendência para recuperação dos sons tradicionais africanos, depois de nomes como os Vampire Weekend e, originalmente, outros como Paul Simon e David Byrne o terem feito, e talvez não haja época no calendário tão propícia a que se disfrute deles como esta. Pelo menos, está para vir melhor lema para o Verão de 2009 do que "Zicatere, Zicatere, Malauimotoooo".


The Very Best - Warm Heart of Africa (com Ezra Koenig)



The Very Best - Boyz (com M.I.A.)

terça-feira, julho 28

[MP3] Avulsos


Quatro faixas que têm insistido em entupir os headphones esta semana:

O solarengo prenúncio de Logos, próximo álbum do projecto paralelo de Bradford Cox (Deerhunter), com a colaboração de Noah Lennox (Panda Bear, Animal Collective). O resultado não podia ser outro...

Atlas Sound - Walkabout (com Noah Lennox) (do álbum Logos)


A bateria de "Airbag" de OK Computer, depois o vocoder distorcido dos Air, depois a progressão psicadélica dentro de um caixilho pop, à Spiritualized. Bela salada.

Black Moth Super Rainbow - Born On A Day the Sun Didn't Rise (do álbum Eating Us)


A janela para a alma de Conor Oberst (Bright Eyes).

Conor Oberst and the Mystic Valley Band- White Shoes (do álbum Outer South)




Com perfeito domínio do épico e do melódico, os Cymbals Eat Guitars ameaçam ser o que os ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead ameaçam deixar de ser.

Cymbals Eat Guitars - And The Hazy Sea (do álbum Why There Are Mountains)

segunda-feira, julho 20

[NA GRADE] Nova (de) Yorke

No entanto, foi em pleno solo britânico, no Latitude Festival, e num concerto em nome próprio, que Thom Yorke decidiu revelar um pouco do que de novo tem andado a fazer. O tema tem o (eventual) título "The Present Tense", e, nesta versão em que apenas a guitarra acompanha, soa a uma balada intimista com a habitual imprevisibilidade na progressão harmónica das composições de Yorke. E aquela voz nunca esteve melhor do que agora.

Fica apenas por saber qual o destino a dar a "The Present Tense", sendo certo que os Radiohead estão já em estúdio a gravar o sucessor de In Rainbows e haverá a possibilidade de Yorke querer atirar um ou dois pedaços de work in progress cá para fora e ver o que sai do outro lado do You Tube. Mas mais se saberá em Reading, a 30 de Agosto.


sexta-feira, julho 17

[VÍDEO] Club Beck #2


Beck continua a debitar a bom ritmo material de grande qualidade no seu site oficial, e começa a tornar-se um caso ímpar entre os seus no que toca ao uso que faz dessa plataforma. Aos poucos, o sítio vai-se tornando quase como um diário da vida criativa do músico, o que o obriga a transformar a mais pequena coisa que faz num objecto já acabado, pronto a apresentar ao público e, ao mesmo tempo, torna possível uma sensação de intimidade e aproximação com os fãs muito grandes. Não chegamos a sentir-nos amiguinhos, como no Twitter, mas quase.

Divididas as actividades por secções, há uma versão semanal de cada faixa de Velvet Underground & Nico (Record Club), um DJ set semanal (Planned Obsolescence), entrevistas e conversas (Irrelevant Topics), uma colecção de vídeos (Videotheque), e sabe-se lá o que mais no futuro. Fotos de tainadas, quem sabe.

Para já, fica aqui a mais recente introdução da Videotheque, uma versão acústica do melhor tema de Modern Guilt, "Orphans", visualmente desconstruída:

Modern Guilt Acoustic "Orphans" from Beck Hansen on Vimeo.



E ainda o resultado da sessão em que Beck, Nigel Godrich e amigos passaram a noite a injectar psicadelismo naquela que, segundo os próprios, é a "first goth song ever":

Record Club: Velvet Underground & Nico "Venus In Furs" from Beck Hansen on Vimeo.

quarta-feira, julho 15

[NOVAS] A Vez de Casablancas


Desesperem aqueles que contavam com um novo álbum dos Strokes ainda em 2009: depois de Albert Hammond Jr., Nikolai Fraiture e Fabrizio Moretti, chega a altura de Julian Casablancas saltar a cerca dos Strokes e aventurar-se num projecto a solo. Contando já alguns biscates para bandas como N*E*R*D*, Queens of the Stone Age e, mais recentemente, Sparklehorse, a voz da banda nova-iorquina arrisca-se num álbum em nome próprio, profeticamente intitulado "Phrazes for the Young".

Além disso, e a avaliar pela ínfima amostra do teaser do álbum (se é que ele permite alguma avaliação), risco pode até vir a revelar-se como o termo certo para definir esta jogada de Casablancas, pelo ambiente electrónico e synth-pop, estilizado e futurista que parecem emanar os escassos segundos do vídeo. A confirmar-se, seria uma maçã a cair bem mais longe da árvore dos Strokes do que as outras.

"Phrazes for the Young" tem edição prevista para Outubro deste ano:



Brinde: faixa retirada do álbum de estreia dos Little Joy, projecto paralelo do baterista da banda Fabrizio Moretti e Rodrigo Amarante, vocalista dos brasileiros Los Hermanos, tão só e discretamente um dos melhores álbuns de 2008.




Descubram o resto aqui.

sexta-feira, julho 10

[MP3] O Bom Folclore


Em jeito de serviço público, aqui vão umas sugestões acústicas para saborear neste fim-de-semana:

- Novo tema dos Fleet Foxes, apresentado ao vivo para os estúdios da BBC, ou mais um exemplo da genial simplicidade das composições de Robin Pecknold (na foto):

[MP3] Fleet Foxes - Blue Spotted Tail (ao vivo para a BBC6)


- Versão-homenagem do tema "Waterfall" de Judee Sill, por Daniel Rossen (uma das forças criativas dos Grizzly Bear e Department of Eagles), com abertura a remeter para "Sun King", dos Beatles:

[MP3] Daniel Rossen - "Waterfall"


- E ainda um pequeno bónus para recuperar o álbum de estreia do colectivo folk Vetiver, baptizado com o mesmo nome e editado em 2004. Oh, the good times/shouldn't be so hard to find:

[MP3] Vetiver - Farther On

terça-feira, julho 7

[MP3] O Raio dos Miúdos

Viu ontem a luz do dia "Crying Lightning", a primeira faixa a sair do estúdio de gravações de Humbug, terceiro álbum de originais dos britânicos Arctic Monkeys. Desde Favourite Worst Nightmare, o vocalista, letrista, guitarrista e wunderkind em geral Alex Turner trabalhou também com Miles Kane dos Rascals, para gravar The Last Shadow Puppets, álbum de estreia do projecto com o mesmo nome, e parece ter daí trazido um pouco do espírito crooner e de riffs mais sombrios para as composições da banda.

"Crying Lightning" é um excelente prenúncio para o que nos pode trazer Humbug, com o músculo das guitarras e da poesia de Turner intactos. Quanto aos créditos de produção, se não soubéssemos e tivéssemos de adivinhar, talvez não fossem precisas muitas tentativas: trata-se de Josh Homme, corpo e alma dos Queens of the Stone Age, e cuja marca indelével de stone rock do deserto Mojave se faz sentir neste primeiro avanço da banda. Não poderíamos pedir muito mais.

Humbug sai a 19 de Agosto no Japão e a 24 no Reino Unido. Não fossem os 10 minutos de um rapaz vestido de branco num palanquezinho em Madrid, seria um dos momentos mais aguardados do Verão.

[MP3] Arctic Monkeys - Crying Lightning

sexta-feira, julho 3

[VÍDEO] Vídeo-Truques

É sempre interessante ver até que ponto o suporte visual de um videoclip pode alavancar o potencial de uma canção (seja ele lírico, rítmico ou qualquer outro), sem cometer o pecado de o obliterar e nos distrair da música em si. Quando a coisa é feita de forma original ou cativante, o objecto passa a valer por si.

Três belos e recentes exemplos disso mesmo são os vídeos de "Little Bribes" dos Death Cab for Cutie, "Strictly Game" dos Harlem Shakes e "Can't Stop Feeling" dos Franz Ferdinand.

Aqui vão, por ordem:

A devoção de um fã posta ao serviço da própria banda, num excelente tema do mais recente EP Open Door:

Death Cab for Cutie - Little Bribes from Ross Ching on Vimeo.



A paródia aos vídeos amadores de homenagem que grassam no You Tube, com a banda a aguentar as poses em vídeo, em substituição de fotografias com estilo:



A curiosa interligação e sequência de janelas (e os enigmáticos buracos no colete de Alex Kapranos):

quarta-feira, julho 1

[NOVAS] Holy S**t, Jens



(Lá se vai o concerto em Coimbra, no próximo dia 18...)
 
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