quinta-feira, novembro 5

[RELICÁRIO] Stranger Song



[MP3] Leonard Cohen - The Stranger Song



The Stranger Song
- Leonard Cohen (de "Songs of Leonard Cohen", 1967)

It's true that all the men you knew were dealers
who said they were through with dealing
Every time you gave them shelter
I know that kind of man
It's hard to hold the hand of anyone
who is reaching for the sky just to surrender
who is reaching for the sky just to surrender.

And then sweeping up the jokers that he left behind
you find he did not leave you very much not even laughter
Like any dealer he was watching for the card
that is so high and wild
he'll never need to deal another
He was just some Joseph looking for a manger
He was just some Joseph looking for a manger.

And then leaning on your window sill
he'll say one day you caused his will
to weaken with your love and warmth and shelter
And then taking from his wallet
an old schedule of trains, he'll say
I told you when I came I was a stranger
I told you when I came I was a stranger.

But now another stranger seems
to want you to ignore his dreams
as though they were the burden of some other
O you've seen that man before
his golden arm dispatching cards
but now it's rusted from the elbows to the finger
And he wants to trade the game he plays for shelter
Yes he wants to trade the game he knows for shelter.

Ah you hate to see another tired man
lay down his hand
like he was giving up the holy game of poker
And while he talks his dreams to sleep
you notice there's a highway
that is curling up like smoke above his shoulder
It is curling just like smoke above his shoulder.

You tell him to come in sit down
but something makes you turn around
The door is open you can't close your shelter
You try the handle of the road
It opens do not be afraid
It's you my love, you who are the stranger
It's you my love, you who are the stranger.

Well, I've been waiting, I was sure
we'd meet between the trains we're waiting for
I think it's time to board another
Please understand, I never had a secret chart
to get me to the heart of this
or any other matter
When he talks like this
you don't know what he's after
When he speaks like this,
you don't know what he's after.

Let's meet tomorrow if you choose
upon the shore, beneath the bridge
that they are building on some endless river
Then he leaves the platform
for the sleeping car that's warm
You realize, he's only advertising one more shelter
And it comes to you, he never was a stranger
And you say ok the bridge or someplace later.

And then sweeping up the jokers that he left behind
you find he did not leave you very much not even laughter
Like any dealer he was watching for the card
that is so high and wild
he'll never need to deal another
He was just some Joseph looking for a manger
He was just some Joseph looking for a manger.

And then leaning on your window sill
he'll say one day you caused his will
to weaken with your love and warmth and shelter
And then taking from his wallet
an old schedule of trains, he'll say
I told you when I came I was a stranger
I told you when I came I was a stranger.
I told you when I came I was a stranger.



segunda-feira, outubro 26

[VÍDEO] Um Steve de Outro Tempo


Nesta era de ritmos hiperacelerados e hiposaboreados em que nos calhou viver, nada desenjoa mais - musicalmente falando - do que ouvir tocar e cantar gente como Seasick Steve, um velho redneck dos blues cuja história de vádiáge faz Bob Dylan parecer um festivaleiro de Verão e Jorge Palma um festivaleiro de Verão que só foi ao último Sudoeste ver Patrice.

Além do interminável rol de estórias da estrada e da rua vividas em profundo anonimato - algumas delas presentes nos próprios discos e relatadas na primeira pessoa - Steve foi companhia de Joni Mitchell, Janis Joplin, foi amigo de Kurt Cobain e produziu o primeiro álbum dos Modest Mouse, até.

O álbum de 2008 I Started Out With Nothing and I Still Got Most Of It Left, que o catapultou para a notoriedade, e o seu sucessor Man From Another Time, editado este mês e que já está em 4º lugar de vendas no Reino Unido, são duas portas abertas para a raíz da música negra americana e para um estado de alma que já não é deste tempo.

Pouco pode ser mais genuíno do que os hobo blues que Steve materializa com a sua guitarra e derivados instrumentos acústicos - que ele próprio concebe! - e os sentimentos primários que aí se cantam e expurgam. A voz de Steve, rouca, suada e empoeirada como as canções, confunde-se com um uivo longínquo que vem das plantações de algodão do Delta do Mississipi e ressoa no século XXI absolutamente intacto.

Nas nossas já conhecidas Black Cab Sessions:





No nosso também já conhecido Jools Holland:



Outro dos pontos altos de I Started Out...:

[MP3] Seasick Steve - Walkin Man

terça-feira, outubro 20

[STREAM] Segunda Frase Para a Mocidade



Depois de "11th Dimension", vem à tona a segunda faixa incluída em Phrazes for the Young, o antecipado álbum a solo de Julian Casablancas, entitulada "River of Brakelights". O resultado é um tema mais obscuro e dissonante, repleto de sintetizadores distorcidos e uma estrutura menos óbvia do que a da sua antecessora. Irreverência bem-vinda.

Além de uma obsessiva contagem decrescente à escala planetária, podem também encontrar a música em questão aqui assim.

segunda-feira, outubro 19

[VÍDEO] Luz no Túnel

Apesar do álbum, considerado no seu todo, acabar por ser inconsistente e algo derivante, vale a pena dedicar algum tempo a conhecer estes Here We Go Magic, banda nova-iorquina capitaneada por Luke Temple - cujo trabalho a solo também é digno de atenção - e que lançou este ano, pela Western Vinyl, o seu homónimo disco de estreia.

Cá fica então a faixa de maior destaque de HWGM, "Tunnelvision", agasalho inaugural para o primeiro arrepio outonal de 2009:



Para quem quiser levar para casa, também o MP3:

[MP3] Here We Go Magic - Tunnelvision

sexta-feira, outubro 16

[VÍDEO] Ídolos

Há rapaziada que é capaz de mandar qualquer coisa para ver se vai às audições do Ídolos e aparece na televisão, ao lado da Cláudia Vieira vestida de Pocahontas.

Atentem bem neste marmelo, de cabelo à Sá Pinto no tempo do Salgueiros, com uma coreografia early pimba a cantar uma música que ninguém conhece.

Parece que às vezes as pessoas não têm noção.

E com aquela golinha alta de lã vermelha, realmente... your chances turn to toast.

quarta-feira, outubro 14

Apesar do pedido de várias famílias.

Depois do prolongado hiato, profunda e angustiadamente sentido por cada um de vós, este blogue retoma agora a sua emissão normal.

Para já só alguns recados:

a) Primeira pista para o álbum a solo de Julian Casablancas, "Phrazes for the Young":

Julian Casablancas - 11th Dimension

b) Nova faixa dos Vampire Weekend, a integrar o segundo de originais da banda nova-iorquina, "Contra":

Vampire Weekend - Horchata

c) Material novo - e promissor! - de Sufjan Stevens, experimentado ao vivo:

Sufjan Stevens - There's Too Much Love (ao vivo)

d) Apresentação de "Embryonic", mais recente álbum de originais dos Flaming Lips, no programa do não menos flamejante Stephen Colbert:

The Flaming Lips - Convinced of the Hex
The Colbert ReportMon - Thurs 11:30pm / 10:30c
www.colbertnation.com
Colbert Report Full EpisodesPolitical HumorMichael Moore

e) E antes que chegue o ringtone:

Bon Iver e St. Vincent - Roslyn


(para que se perceba o alcance da última observação, é favor clicar aqui e ler o respectivo post, bem como todos os outros que aí acharem interessantes. A menos que tenham coisas para fazer amanhã de manhã, senão quando derem por ela são cinco da manhã e já vão no arquivo de Maio de 2005. Obrigado An7ónio!)

quinta-feira, julho 30

[MP3] PralÁfricaminha


Além de serem oficialmente a banda cujo nome mais dificulta uma pesquisa de torrents, os The Very Best são também Esau Mwamwaya, cantor do Malawi, e Radioclit, DJ e produtor britânico, que no fim do ano passado lançaram a mixtape Esau Mwamwaya and Radioclit are The Very Best e se preparam para lançar em breve, o primeiro álbum propriamente dito, The Warm Heart of Africa. São outras coisas ainda, mais subjectivas, que só a música que fazem pode explicar.

Esta parceria insuspeita resulta num espantoso e revigorante exercício de cruzamento de influências, um autêntico gender bender onde pontificam as síncopes e melodias africanas de Esau e as batidas hip-hop e a electrónica deliciosamente lo-fi de RadioClit. Totalmente despretensioso, festivo e desenjoativo: um sorriso desde os 00:00 até ao fim.

Depois de versões da "Birthday" dos Beatles - em colaboração com os Ruby Suns - e de "Boyz" de M.I.A., chega agora "The Warm Heart of Africa", primeiro avanço do que será o álbum, em parceria - aqui já menos suspeita - com Ezra Koenig, dos Vampire Weekend.

Os The Very Best são mais um passo na tendência para recuperação dos sons tradicionais africanos, depois de nomes como os Vampire Weekend e, originalmente, outros como Paul Simon e David Byrne o terem feito, e talvez não haja época no calendário tão propícia a que se disfrute deles como esta. Pelo menos, está para vir melhor lema para o Verão de 2009 do que "Zicatere, Zicatere, Malauimotoooo".


The Very Best - Warm Heart of Africa (com Ezra Koenig)



The Very Best - Boyz (com M.I.A.)

terça-feira, julho 28

[MP3] Avulsos


Quatro faixas que têm insistido em entupir os headphones esta semana:

O solarengo prenúncio de Logos, próximo álbum do projecto paralelo de Bradford Cox (Deerhunter), com a colaboração de Noah Lennox (Panda Bear, Animal Collective). O resultado não podia ser outro...

Atlas Sound - Walkabout (com Noah Lennox) (do álbum Logos)


A bateria de "Airbag" de OK Computer, depois o vocoder distorcido dos Air, depois a progressão psicadélica dentro de um caixilho pop, à Spiritualized. Bela salada.

Black Moth Super Rainbow - Born On A Day the Sun Didn't Rise (do álbum Eating Us)


A janela para a alma de Conor Oberst (Bright Eyes).

Conor Oberst and the Mystic Valley Band- White Shoes (do álbum Outer South)




Com perfeito domínio do épico e do melódico, os Cymbals Eat Guitars ameaçam ser o que os ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead ameaçam deixar de ser.

Cymbals Eat Guitars - And The Hazy Sea (do álbum Why There Are Mountains)

segunda-feira, julho 20

[NA GRADE] Nova (de) Yorke

No entanto, foi em pleno solo britânico, no Latitude Festival, e num concerto em nome próprio, que Thom Yorke decidiu revelar um pouco do que de novo tem andado a fazer. O tema tem o (eventual) título "The Present Tense", e, nesta versão em que apenas a guitarra acompanha, soa a uma balada intimista com a habitual imprevisibilidade na progressão harmónica das composições de Yorke. E aquela voz nunca esteve melhor do que agora.

Fica apenas por saber qual o destino a dar a "The Present Tense", sendo certo que os Radiohead estão já em estúdio a gravar o sucessor de In Rainbows e haverá a possibilidade de Yorke querer atirar um ou dois pedaços de work in progress cá para fora e ver o que sai do outro lado do You Tube. Mas mais se saberá em Reading, a 30 de Agosto.


sexta-feira, julho 17

[VÍDEO] Club Beck #2


Beck continua a debitar a bom ritmo material de grande qualidade no seu site oficial, e começa a tornar-se um caso ímpar entre os seus no que toca ao uso que faz dessa plataforma. Aos poucos, o sítio vai-se tornando quase como um diário da vida criativa do músico, o que o obriga a transformar a mais pequena coisa que faz num objecto já acabado, pronto a apresentar ao público e, ao mesmo tempo, torna possível uma sensação de intimidade e aproximação com os fãs muito grandes. Não chegamos a sentir-nos amiguinhos, como no Twitter, mas quase.

Divididas as actividades por secções, há uma versão semanal de cada faixa de Velvet Underground & Nico (Record Club), um DJ set semanal (Planned Obsolescence), entrevistas e conversas (Irrelevant Topics), uma colecção de vídeos (Videotheque), e sabe-se lá o que mais no futuro. Fotos de tainadas, quem sabe.

Para já, fica aqui a mais recente introdução da Videotheque, uma versão acústica do melhor tema de Modern Guilt, "Orphans", visualmente desconstruída:

Modern Guilt Acoustic "Orphans" from Beck Hansen on Vimeo.



E ainda o resultado da sessão em que Beck, Nigel Godrich e amigos passaram a noite a injectar psicadelismo naquela que, segundo os próprios, é a "first goth song ever":

Record Club: Velvet Underground & Nico "Venus In Furs" from Beck Hansen on Vimeo.

 
Elegant de BlogMundi